sexta-feira, 3 de outubro de 2008

LONGE/PERTO É UMA PALAVRA POSSÍVEL


Desde que iniciei o mestrado em Lisboa, há um ano, tenho aprendido muito, não só em termos de conteúdo teórico, mas principalmente em termos vivenciais.

É muito gratificante nesta altura da vida conhecer o que é morar em outro pais, ter o contato com outra cultura, com outras formas de perceber a vida, com outro humor para as questões do dia a dia.

Supreende-me e ao mesmo tempo me encanta a convivência com esse povo gentil, solidário, amoroso, formal e contido. Nem sempre tudo transcorre às mil maravilhas para um estrangeiro aqui, há muitos entraves burocráticos, a prestação de serviços nem sempre é de qualidade, o atendimento às vezes nos soa ríspido e seco, para nós brasileiros, habituados ao nosso famoso “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas, à nossa alegria, espontaneidade e descomplicado jeito de solucionar problemas. Sem falar no clima tão diferente do nosso.

Mas, venho procurando ter flexibilidade e abertura para o novo, única forma de viver plenamente esse momento. Abrir-se para o novo é fluir com a vida, é se deixar transmutar pelo bom e pelo ruim, pelo alegre e pelo triste, é não escolher o que viver, apenas viver da forma que nos for possível e permitido.

Aqui, do outro lado do oceano, aprendi que a distância não se mede em quilômetros, mas em qualidade de presença. Hoje em dia, a internet encurta as distâncias e facilita muito o contato verdadeiro e diário com as pessoas afins. Emails, chats, câmeras e fones nos colocam na sala de visitas do filho, da mãe, do amigo distante, e longe/perto é uma palavra possível. Sem falar nos amigos virtuais, que de tão próximos um dia acabamos por conhecer pessoalmente, como é o caso do meu amigo e poeta curitibano, Altair de Oliveira, e de Leonora Meirelles, musicista de BH, que conheci recentemente. E sem falar no meu grande amigo e confidente, Álvaro Costa, que tanto me incentivou a vir fazer esse mestrado em Lisboa...

Com a distância reduzida graças à Net, mantenho contato com a equipe do ateliê, que agora tem dois novos integrantes: o Alexandre Britto, licenciado em Educação Física e estudante de Psicologia, com ampla experiência de trabalho com pequenos grupos, e Rafaela Ladeira, também estudante de Psicologia pela UFMG, sua auxiliar e co-facilitadora. Os dois estarão oferecendo o curso vivencial "O terapêutico nas práticas grupais", com início previsto para o final de outubro. As informações detalhadas podem ser encontradas no nosso site, nas seções Quem Somos e O Que Fazemos.

Este é mais um convite ao diálogo, partilha, reflexões, porque é assim que entendo a vida: uma contínua troca de experiências e aprendizado, uma rede de relações tecida com muito amor e inteireza. Se gostarem da nossa proposta, ajudem-nos a divulgar, se não gostarem, enriqueçam-nos com suas críticas e sugestões.


2 comentários:

Leonora disse...

Que delícia de texto, Márcia!
Verdadeiro e sereno e como seu semblante! Aliás, sua capacidade de ser assim, flexível e aberta para o novo, de viver plenamente o momento, de “fluir com a vida, é se deixar transmutar pelo bom e pelo ruim, pelo alegre e pelo triste, é não escolher o que viver, apenas viver da forma que nos for possível e permitido” como você disse, é que deve te “esculpir” esse seu semblante (o que não exclui a possibilidade de que em você habite vulcões em erupção - bem administrados!).
Saiba que pra mim também, foi um prazer enorme sairmos da amizade virtual para a real!

O máximo de coisas boas pra você aí em Liboa, amiga!

Beijos e até fevereiro aqui em BH, né?

Gustavo Machado disse...

OI, Mae
É tão bom que os acontecimentos estão fluindo naturalmente como vc sempre foi assim:transparente em tudo que vc pensa e faz com uma certeza,desde que tenha equilibrio nos momentos de aprendizado e também na prática.
Sucesso!!!!
Bjos,
GU.